Deixou esse plano agora a pouco o mestre Fernando Birri, uma dessas pessoas iluminadas que vieram ao mundo pra fazer a gente melhorar um pouquinho como gente.
Confesso que sempre me assusta um pouco quando vejo gente jovem já desencantada com as possibilidades de mudança no mundo, refém dos utilitarismos e pragmatismos da vez, com cada vez menos empatia pelo próximo. Sei que cada pessoa é uma pessoa, mas sempre fico encucado com isso. E penso em gente como Fernando Birri, com aquele jeitão meio Osho, meio Lao-Tsé. Com o toque especial de estar vendo nesse momento os povos da América Latina sendo de novo atacados em sua soberania, relembrando golpes e tempos sombrios vividos.
Vou dormir com a lembrança de uma noite em nosso cineclube Mate Com Angu, quente, lotada de gente, vários curtas sensacionais programados e botamos pra rodar esse aqui do Felipe Nepomuceno. A tela preta e a voz do Mestre ecoando no Ponto de Cultura Lira de Ouro mexeu com a energia no ar naquela noite, fechando com uma explosão de palmas e urros.
Daqueles momentos em que a gente confirmou que mais que um público a gente tava reconhecendo cúmplices.
Viva Birri, viva o cinema latinoamericano! E venha 2018, noventa anos do mestre Nelson Pereira dos Santos!
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Aproveitando o youtube…