Há horas ainda impactado pela notícia do falecimento do meu querido João Carpalhau. Tristeza profunda… E olha que não completou nem um mês que perdi meu irmão preto amado Marivaldo Sales e vem a vida dando mais essa pernada. Porra…
Carpalhau, o John Paul, amigo e cúmplice, muita história, muita doideira, muitos porres e filosofia; muitas merdas feitas a gente moleque ainda, muitas madrugadas e planos de dominação mundial. Impossível ficar ao seu lado sem que uma ideia mirabolante surgisse e te empolgasse a ponto de querer vê-la concretizada.
Desde o golpe em 2016 criamos um compromisso de nos ver presencialmente com frequência pra manter os papos em dia e távamos levando quase à risca.
Segunda-feira chamei o cara no zap e tou relendo aqui o papo. Quatro coisas saideiras: falo que os moleques tão em Caxias de férias, vamo nos ser, você, nós, Luciana, Arthur, tomar umas, prosear. Ele disse que não dava naquele dia, semana agitada, aniversário, eventos, mas marcamos pra essa sexta ou sábado.
Diz que íamos aprofundar o papo de criar o roteiro pro seu personagem Detrito, com o chapa Igor Barradas já sendo envolvido na parada e muita empolgação.
Disse que nas últimas semanas caiu a ficha que a onda fascista precisa ser olhada com atenção, principalmente o combate a esse imbecil que tem crescido em pesquisas eleitorais. Até estranhei o comentário nesse tom, em se tratando de cenário político eleitoral, ele um anarquista sem muita paciência pra convencionalismos.
Por fim, em meio a uma frase furtiva, disse que me amava, nem preciso dizer mais nada, admiração master.
Um cara que vai fazer falta – pra essa cidade de merda; pra família querida; pro círculo de amizades; pra cena dos quadrinhos (arte sequencial, como ele gostava de chamar) e pra mim, que levarei sempre sua preciosa amizade na memória.
Obrigado por tudo, Carpalhau.