Emocionante demais ver um auditório lotado de gente em um sábado à noite para assistir a um escritor falando sobre literatura e processos criativos…
Foi o que presenciei hoje no encontro FLUPPensa, no sopé do Complexo do Alemão, mais precisamente na escola Tim Lopes, com a participação de Luiz Ruffato, um desses caras que incrivelmente vivem de escrever livros nesse país onde se lê tão pouco. E autor do louco e premiado Eles eram muitos cavalos, de 2001.
Além de partilhar sua história de vida com a galera, Luiz não se fez de rogado em entrar nos meandros do que é o ato e a profissão de escrever. Falou, respondeu perguntas, brincou e empolgou a plateia presente – que aliás, era formada por grande número de jovens.
Vale a nota também sobre o sentimento de boa vontade que se pode sentir na diretora da escola e nos professores que estiveram presentes no evento, em um final de semana pós-feriado decretado por conta da Rio+20. Há um clima ali pactuado em fazer a Educação acontecer de verdade; ao menos me pareceu muito sincero o envolvimento.
Também registro que vale muito a pena dar uma pesquisada nos passos já dados pelo FLUPPensa e conhecer o processo que tem levado uma galera a se embriagar dessa coisa viva e libertadora que é lerescreverpensarviversentiragirtudojuntoemisturado.
No mais, ficam a vontade de ir aos próximos dois encontros, na Mangueira e em Vigário, e a gratidão pelo convite irrecusável do amigo Ecio Salles, um dos caras a quem admiro de verdade, junto com os organizadores e apoiadores (principalmente a molecada!) desse projeto que certamente vai render frutos ainda mais saborosos e saudáveis para esse país.
Sem desmerecer outras linguagens artísticas, mas é lindo ver a Literatura rompendo preconceitos, barreiras, estigmas – e incluindo tantas visões, anseios, belezas, cores e sentimentos dessa galera do Alemão e suas complexas subjetividades.
Feliz hoje aqui pelo que vi (vi).